Maranhão vai sufocando Cícero e Cartaxo e canalizando voto da oposição pra si

Ele tem quase 80 anos e um índice de rejeição considerável em razão da longa estrada de embates e gestões na política paraibana, mas mesmo assim está dando um banho nos demais candidatos da oposição, arrebanhando pra si os votos e a simpatia do eleitor oposicionista em João Pessoa.

José Maranhão, que agora se livrou de processo no TRE, tem conseguido sufocar o avanço das candidaturas do senador Cícero Lucena, que está isolado do ponto de vista partidário, e do deputado Luciano Cartaxo, que se colocou como promessa dessa campanha, mas tem se mostrado inerte na disputa na pré-campanha.

Pelo quadro que se desenha, Maranhão está conseguindo representar o quadro de polarização em João Pessoa, se configurando com a arma principal da oposição. E como o jogo tende sempre a configurar uma disputa de dois e não de vários, é provável que o ex-governador isole ainda mais Cícero e Cartaxo, obrigando-os a seguir à sombra do peemedebista.

Cícero corre o risco de ficar sem partidos. Sabe-se que tentou o PTB e não conseguiu. O PPS e não conseguiu. E agora, via nacional, mira até o Democratas. De toda forma, a preço de hoje, encontra-se isolado. Terá dificuldades em construir uma chapa competitiva se assim permanecer.

Já Cartaxo sofre da síndrome da leveza. É, como sempre registrei, um dos melhores “produtos” dessa campanha, por ser novo e ficha limpa, com baixa rejeição. Mas parece que, ao mesmo tempo, é incolor. Não consegue impor uma candidatura com profundidade. Sem grupo político por trás e sem histórico de ser líder de massa, Cartaxo vai na pré-campanha como um sapato branco: todo mundo acha bonito, mas no pé dos outros.

Maranhão se beneficia disso e vai comprando seu bilhete para a final da disputa em João Pessoa.



Luís Tôrres